A novela da vez no mundo dos games, agora em tom de tragédia, parece ter finalmente chegado ao seu fim. A Ubisoft que chegou a acreditar, que venceria a pirataria, e calibraria suas vendas com uma engenhoca até então promissora chamada DRM, foi completamente vencida.
O castelo milionário de areia da Ubi com sua solução antipirataria, veio ao chão rapidamente - levando apenas algumas semanas após sua conturbada estréia. Com o quadro atual do sistema, a questão levou a agravar ainda mais a insatisfação daqueles que pagaram pelo jogo, e que se veem agora, presos a uma rede de internet, enquanto seus companheiros piratas o jogam sem qualquer burocracia. Nos fóruns de discussão sobre ACII da Ubisoft - frequentado aparentemente pela maioria clientes legítimos, é praticamente unanimidade - ninguém aprova a forma bruta com que a mesma utilizou para tentar impedir, que os navios de velas negras, chegassem à sua costa. Alguns compradores do jogo, já demonstram estar fazendo uso do "crack" como uma forma de se livrar da conexão constante com à internet:
"Eu não posso ficar do lado dos consumidores legítimos para desfrutar do jogo. Voltar para o DRM, exige constante conexão com a internet, e é algo que não tenho. Não há muita escolha a fazer."
Demais expressões de descontentamento são claras em outros comentários:
"Bem, o jogo em si é ótimo, sem dúvida, mas o DRM é apenas inútil."
" Agora a versão pirata é superior em termos de acessibilidade."
"Estou muito chateado por não poder jogar offline ou ser chutado, enquanto a internet está instável ou os servidores estão offline. "
Uma previsível tragédia
DRM foi vencido por um grupo de crackers russos, chamado Dormine - e ao contrário do primeiro anúncio logo no lançamento de Assassin´s Creed II, agora parece que é para valer. As provas já percorrem todos os perímetros da grande rede - através de sites como Youtube, e até nos vigiados fóruns da Ubi.
Novidade para você? Para quem desenbolsou milhões em um sistema para ser quebrado dentro de tão pouco tempo, certamente sim, entretanto a essa altura, a desastrosa solução antipirataria, deve levar a Ubisoft a herdar agora apenas, muita dor de cabeça, e alimentar mais ainda, a sua já baixa popularidade.
Taxa DRM inclusa no pacote do consumidor
Mas o lado revoltante disso tudo, é que com isso, eles deixaram seus legítimos clientes também insatisfeitos, e o fizeram de forma indireta, arcar com esse investimento. Para um jogo single player, Assassin´s Creed II oferece um preço um tanto quanto salgado, com sua versão digital saindo por 59.99$ - mesmo preço de Call of Duty: Modern Warfare 2, e mais caro que Battlefield: Bad Company 2: 49.99$ - que são jogos que oferecem um robusto sistema multiplayer, e geram custos extras de servidor, o que fas jus ao preço um pouco mais alto que os demais - mas este não é o caso de ACII. Ainda para completar, existe uma versão mais cara, oferecida com um DLC bastante criticado como sendo um caça-níquel barato. Essa versão sai por 64.99$.
Como se não bastasse o preço bastante alto, o produto final teve uma qualidade longe da esperada pelos jogadores de PC
Após uma longa e aguardada espera, para ver um Assassin´s Creed II usufruindo de toda potência oferecida pela plataforma, contudo, o que todos ganharam, foi um port mal otimizado, desenvolvido a partir do guerreiro DX9. E mesmo com a engine do jogo oferecendo afinidades para tecnologias tais como PhysX da Nvidia e Directx 11 - seus desenvolvedores optam por não usá-las. Parece que a Ubi ficou cegamente mais preocupada em impedir os piratas, do que agradar os compradores legítimos do game.
Bons jogos vendem muito
A Ubisoft chegou a abandonar sua versão anterior do DRM em alguns games como Prince of Persia, HAWX, EndWar, no entanto, estes jogos não foram sucesso de vendas. Mas se olharmos a qualidade destes títulos, talvez explique alguma coisa. O fato é que bons jogos vendem muito sem qualquer DRM - vide; Mass Effect 2, GTA IV, Bad Company 2, Modern Warfare 2 entre muitos outros.
Talvez os publicadores possam ter associado seus fracassos anteriores de vendas, com o seu mais cobiçado título, pensando, que o desenvolvimento de uma ferramenta mais dura, asseguraria seu tão sonhado sucesso de vendas no difícil mercado de jogos para PC.
Outro fato decepcionante nessa história, é que os desenvolvedores que dedicaram todo seu tempo na criação de um jogo tão bonito, foram também prejudicados pelas más escolhas da publicadora e seu inútil DRM. Gabe Newell - CEO da Valve, se pronunciou também contra o DRM, afirmando que o sistema só gerará mais pirataria, e que desacredita em um sistema que é tão criticado pelos jogadores.
A questão agora que fica, é; será que a Ubisoft reconhecerá a derrota, e desistirá de seu milionário sistema? Mesmo depois de comprovadamente quebrado?
Com um DRM já inútil nessa altura, no entanto, ainda é cedo para saber que futuro lhe reserva.
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